segunda-feira, 20 de fevereiro de 2023

Histórias Terapêuticas - "Histórias para cuidar"

 



"Histórias Terapêuticas" é um trabalho que eu venho realizando há muitos anos e que prevê alguns encontros de cuidados. "Histórias para Cuidar" é uma das propostas deste trabalho, que tem um formato mais pontual e que acontece em um único atendimento. Materializei esses encontros quando descobri que seria avó do Benjamim e a vontade de botar esse sonho pra andar cresceu ainda mais, junto com ele (que já está com 6 meses)!

Para saber mais: deborakikuti@gmail.com

Histórias Terapêuticas - NARRADORES DE SI

 









"Histórias Terapêuticas" é um trabalho que eu venho realizando há muitos anos e que prevê alguns encontros de cuidados. A proposta "Narradores de Si" pretende colaborar para que você crie a sua narrativa biográfica e conte a sua história pro mundo!! 

Outro email de contato: deborakikuti@gmail.com

Biografêmeas - Oráculo de Histórias de Vida




Fui transformada em imagem mítica, um das cartas desse Oráculo incrível!!! Que honra e que alegria! Eu só agradeço, minha amiga querida @sandralessa!!! 

Esta Dois de Ouros carrega a força do sacerdócio e usa suas palavras benditas para profetizar futuros. A Mulher que Narra é responsável por carregar e espalhar a cultura dos povos, a experiência e a memória. Possui a magia de gerar interesse nos atos de falar e de ouvir e considera ambos sagrados.

Há séculos, é esta Mulher que garante uma comunicação que revela os comportamentos e valore das tradições dos povos. Ela nos ensina que uma história não é uma estrutura simples, que narrativas criam subjetividades. Uma subjetividade, cria a cultura. Uma cultura cria corpos que são sujeitos a essas histórias e é aqui que aparece a ideia de sujeição.

Integrando o naipe de Ouros, aquele que cuida da matéria da vida, esta sacerdotisa abre o peito para ensinar que mitos carregam fundamentos da vida humana; são o arquétipo atemporal, a fórmula pela qual a vida é moldada. Ela lida com sua demanda de olhos abertos, pois lembrar é conhecer e conhecer é uma questão política. Uma pessoa sem passado é uma pessoa sem futuro. Os que têm memória são capazes de viver num frágil momento presente. Os que não a têm, não vivem em parte alguma.

Contar uma história é fazer com que quem escuta realize uma travessia ritual. A voz da Mulher que Narra é o rito que atualiza o mito para que nossas histórias não sejam esquecidas. Faz isso para qu eo esquecimento não enterre nossas histórias, levando para sempre nossas almas e nossas vidas. 

A Mulher que Narra deixa sua pergunta:"se ainda estamos sujeitas e sujeitos a uma história, precisamos mudar as histórias que contamos sobre nós?"

Mulher: @deborakikuti

Para escutar o audio desta carta, acesse: https://www.youtube.com/watch?v=VOTHbncZk2A&t=52s&ab_channel=MariaBiografemeas


Este projeto é iniciativa da querida amiga Sandra Lessa: 

Biografêmeas é um baralho com histórias de vida de mulheres reais. A partir da premissa - nossos corpos, nossas histórias -, a artista Sandra Lessa encantou mulheres em imagens míticas. Reivindicando identidades femininas através da poética, o baralho revela seres que inspirarm resiliência, erotismo, magia. É um baralho com uma cosmovisão feminina. 

Com a parceria da designer Mariana Coelho, esse baralho está sendo materializado. O projeto foi financiado no site Catarse, foi impresso e está à venda: https://www.instagram.com/biografemeas_oraculo/

domingo, 28 de abril de 2019

Raminhos de histórias



Intervenção poética no centro velho de Sampa, outono 2019
Festival "Poesia no Centro"
vídeo Verônica Pereira

quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

Raminhos de Histórias





Nos antigamentes, as mulheres caminhavam pelo mundo


recolhendo ervas 


e histórias, 


para acalmar, 


aplacar a dor, 



cicatrizar ferimentos, 


trazer alegria 


e energia. 


Assim como elas eu caminho,


encontrando,


entregando ervas 


e histórias,


para acalmar, 


aplacar a dor,


cicatrizar ferimentos,


trazer alegria


e energia.









fotos: @vernuzica   💚

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018


sexta-feira, 6 de maio de 2016

Lançamento do livro "Contação de Histórias: Tradição, Poétcas e Interfaces"

Lançamento do livro "Contação de Histórias: Tradição, Poétcas e Interfaces". Eu participo do livro, com um relato.



sexta-feira, 19 de junho de 2015

"Histórias para mudar o mundo"

Qualquer lugar é bom para se contar histórias.

Qualquer momento é adequado para lutar contra as desigualdades, a injustiça, o racismo e a ignorância.

Esse é o sentido, a mensagem e o objetivo do "Histórias para mudar o mundo" - V edição.



segunda-feira, 28 de abril de 2014

Histórias ao pé do ouvido

"No meio do movimento do barulho da cidade, uma contadora de histórias e um banquinho, para te contar baixinho uma história.
A narradora escolhe uma pessoa, convida-a para sentar-se e venda seus olhos.
Ser escolhido para escutar uma história no escuro de si mesmo, é um pedido do tempo, um alento, um sustento."



Meu desafio era voltar à praça Getúlio Vargas, aqui em Guarulhos, agora com a proposta das Histórias ao pé do ouvido.

Foi em uma manhã nublada de uma quarta-feira de outono que chamei minha amiga-fotógrafa-mais-bacana-do-mundo-todo Kaline, para registrar a intervenção. Também chamei o meu amor-artista Donato para observar a reação das pessoas em volta e fomos até lá.

Depois de uma boa olhada na velha praça, abordei meu primeiro ouvido:

Moço-estudante com camisa do Black Sabbath:

Ele esperava por seu transporte fretado quando eu me aproximei.


Ele achou engraçado, mas concordou em participar.


Vendei seus olhos e narrei a história que falava sobre os pensamentos que a gente carrega.


Quanto a história chegou ao fim, desvendei o moço, que sorria...



Parece que nem ele acreditava que tinha se deixado vendar por uma pessoa desconhecida, em uma praça, para escutar uma história. Surpreso dizia que prestou atenção na narrativa e não no que acontecia em volta.

O homem que cortava unhas:

Quando eu o convidei, ele me disse que "gostava bem" de escutar uma história vendado, mas provavelmente sua mulher, que ele esperava sair do banco a qualquer momento, não "gostava nada" daquilo:

"_ Vai dar problema!" - disse ele.

Pensei ser melhor não mexer com problema, e me despedi agradecida.


A moça enfermeira-aberta-pra-vida:

Cheguei perto, fiz o convite e ela aceito de pronto!


E se entregou à história...





Ao ser desvendada ela disse ter gostado muito e que se concentrou bastante na história. 
Fez relações entre a narrativa que falava sobre coragem e a vida da gente em sociedade. 



Disse que eu preciso continuar com este trabalho.

Essa moça, assim como eu, trabalha com pacientes de UTI (Unidade de Terapia Intensiva).

Só que ela resgata as pessoas no SAMU (transporte de socorro, de urgência) e eu conto histórias dentro dos hospitais. Ela tem coragem de ajudar. Eu tenho intenção.

O homem-quieto:

Este não quis ser vendado e eu disse que estava tudo bem, que abordaria outra pessoa, já que a proposta da intervenção era a pessoa escutar uma história de olhos vendados.


Ele me disse que fazia questão de escutar a história e me contou a sua:

"Eu fui numa igreja de crente. Eu não sou crente, mas gosto de escutar a Palavra. Então o pastor disse pra gente fechar o olho pra ele fazer a oração. Eu não fechei e disse: 
_ O senhor pode fazer sua oração, que o que eu vou escutar de olho aberto é a mesma coisa que eu vou escutar de olho fechado. 
Então a senhora faz favor de contar a sua história."

E eu? Eu contei...


Contei uma história sobre um homem que precisou caminhar pelo mundo e voltar para o seu pedaço de chão, para reconhecer o valor de sua vida.


Ele gostou muito e falou sobre como sua vida era parecida com a do homem da história.

O meu amor-artista precisou explicar o que acontecia para muitas pessoas que passavam.



Sinto que a história, quando começa a ser narrada, cria um campo em torno de mim e a pessoa que escuta a história.

Vai daí, que ninguém ousa se aproximar, respeitando momento de tanta cumplicidade.

Pois então a manhã já acabava e tínhamos que seguir, para os outros compromissos do dia.

Feliz que transbordava eu fui alimentar o corpo, que a alma estava repleta!

O caminho é longo e próspero e ele apenas começou no pé do ouvido.

Gratidão!

Fotos: Kaline Kloster https://www.facebook.com/pages/Kaline-Kloster-Fotografia/240656879460320?fref=ts


sábado, 26 de abril de 2014

Histórias ao pé do ouvido - como tudo começou

"(...) Que a importância de uma coisa há que ser medida pelo encantamento que a coisa produza em nós (...)"
Manoel de Barros

Há tempos eu tentava voltar à Praça Getúlio Vargas, para contar histórias e não conseguia.

Eu só conto as que gosto e que escolhem ser contadas. É assim que é. E não conseguia mais gostar de me colocar na praça como uma atração, para quem estivesse de passagem, ou não.

Isso se dá porque eu enjoo logo de tudo; amo uma novidade! Gosto de reinventar, de me reinventar.

Vai daí que um grupo de amigos aqui de Guarulhos se reúne vez em quando para fazer festa. Festa de ocupar, festa de celebrar, festa só porque se quer..

Nova festa marcada, cada um faria algo relacionado à sua área de interesse. Um cria imagem, outra costura, um toca, outra faz moda, um projeta, outra conta histórias.

Mas eu não acho nada elegante em uma festa onde todos estão para conversar, de repente aparecer alguém e começar a narrar. Acho meio invasivo, meio opressor, como se todos tivessem que parar de falar e prestar atenção. Não combina com o que faço, penso eu.

Daí resolvi Contar "Histórias ao pé do ouvido".

" No meio do movimento e do barulho da cidade, uma contadora de histórias e um banquinho, para te contar baixinho uma história.
A narradora escolhe a pessoa, convida-a para sentar-se e venda seus olhos.
Ser escolhido para escutar uma história no escuro de si mesmo, é um pedido do tempo, um alento, um sustento."

Como algumas pessoas já conhecem meu ofício, perguntavam quando eu contaria histórias. Daí eu propunha que ela sentasse no banquinho e a coisa toda acontecia. Um por um, foram vários adultos e crianças durante o dia e a noite.

A festa estava muito boa, tudo acontecendo muito bem, mas a moça aqui não tinha ninguém que registrasse sua intervenção.

Mas a memória é coisa boa, então... Algumas experiências:

Uma colega-contadora, que já conhecia a história que eu narrei. Foi bacana ver sua expressão, a cada parte da narrativa, como se fosse notícia nova.

O moço-desenhista, que ao final disse que precisava fazer uma animação daquela história, porque ele viu todas as imagens com nitidez e os ruídos da festa não foram notados.

O moço que faz cinema perguntou se eu pensava em fazer um CD de histórias, porque ele achava bacana.

Uma doce criança, mal conseguia segurar suas perninhas, como se andasse junto com a personagem da história.

Minha amiga-criança que adora escutar histórias, perguntou se podia escutar sem a venda nos olhos. Eu perguntei por quê e ela me disse que tinha medo.

Então eu sugeri que ela aproveitasse porque não estaria sozinha, afinal eu estaria ali, junto com a história. Talvez fosse uma boa hora de espantar o medo.

Ela concordou e voltou várias vezes, pedindo para que eu a vendasse e lhe contasse outra história. O medo já era...

O Maurício Burim, amigo fotógrafo, conseguiu registrar esses momentos:





O moço-mais-curioso-do-mundo-todo ficava mexendo a cabeça com o queixo levantado, como se apanhasse as memórias com o pensamento.

Enquanto todas as histórias eram contadas, a curiosidade tomava conta do entorno: as pessoas em volta queriam saber o que estava acontecendo, o que eu fazia ali, cochichando no ouvido da pessoa vendada. 

Mas, em momento algum NINGUÉM se aproximou. Era como se criássemos um campo intransponível em volta de nós, uma redoma protetora. Espaço afetivo, próximo e terapêutico.

Daí, a certeza veio... Seria assim que eu voltaria para a praça: Histórias ao pé do ouvido! 

Gratidão aos ouvidos encantados, à coragem e à imaginação!

Fotos: Maurício Burim